Pra quem estava com saudade da Gata, essa foto foi tirada após 1 semana de cio. 1 semana sem dormir e sem deixar ninguem dormir.
Uma gritaria só.
Depois ela caiu exausta. Ela pra um lado e eu pro outro.
Ambos nao dormimos.
Até o próximo cio...
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
"Ela"
Verão
Ai eu ligo o ar condicionado do quarto e mais o ventilador, por que dona Gata morre de calor.
O Igor vai na onda mas ele tambem curte um friozinho.
Casamento do Gustavo
Fim de festa... ai acabou o casamento, acabou a festa. Eram 2 da manha e a gente ainda tava no pique.
Na foto, a familia...
Vivian, Gustavo, Léo, Lena, Ligia, Mary, Guilherme, Angela, Gabi, Fernanda, Isabela... sentadas, minha mãe, minha tia Maria Luiza e Jussy.
Casamento do Gustavo
Ainda no casamento do Gustavo, com meus amigos queridos, Wagner, Cezar Bastos, Jussy e Jorginho.
Fiquei bem de padrinho neam?
Casamento do Gustavo
E assim a nossa historia vai continuando e se perpetuando.
Recebemos a Fernanda na sexta feira, oficialmente, como parte da nossa familia. Alias, desde sempre ela ja era da nossa familia.
E ela estava linda! E feliz!
Muito feliz.
O Gustavo estava lindo tambem, igualmente feliz.
Foi um casamento lindo, numa capela linda com tudo perfeito... Foi um dia muito especial pra todos nós.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Sono
domingo, 15 de novembro de 2009
Do fundo do Baú do Comissário
Não tinha nem um ano de voo. Pela data da foto... 30 de março de 1987. Eu tinha 26 anos ainda e recém começando a carreira. Essa galley é de um B727 e eu estava indo pra Belém, a noite.
Me lembro tambem da tripulação... Miriam Cunha era a chefe, o Lucio Giffone e a Lucia Mendes.
Quanto tempo.
Muita saudade do tempo que eu descobria a profissão. Antes de acabarem com ela.
Fim de Tarde na Barra da Tijuca
GATA E IGOR
Mas é um amor verdadeiro, desses que é difícil de acreditar que existe.
O Igor tá muito velhinho e Gata ama ele assim mesmo, do jeito que ele é e está. Todo capenguinha, nao enxerga direito, tem um cheirinho peculiar de cachorro velho... e ela ama ele assim mesmo.
Não tem padrão de beleza, perfume gostoso ou mesmo uma vitalidade... de interagir, de brincar... mesmo por que ele nao brinca mais, e fica o tempo todo dormindo.
E Gata ama ele assim mesmo.
Ele é uma referencia pra ela e por algum motivo que um dia eu vou saber qual, ela adotou ele como companheiro.
Eu nao me canso de clicar todos esses momentos. Quem sabe, um dia alguem vai ver esse blog e perceber que a gente pode ser que nem eles. Um dia, a gente vai ser como eles. E talvez o mundo fique um pouquinho melhor.
Tomara.
OLHA ELA AÍ GEEEENTE!
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Lua nascendo em SP
Igor e Gata.
Acho que ela percebe que a companhia dele será breve.
Uma noite, eu estava em casa e notei que os dois estavam quietos demais. Eu sabia que o Igor estava dormindo do meu lado, como ele sempre faz quando eu to em casa. Ao lado da minha cama, no cantinho dele.
Pra minha surpresa, Gata estava dormindo ao seu lado, abraçada. Se contar ninguem acredita e graças a tecnologia mais avançada, registrei esse momento surreal.
No meio do banco tinha um cachorro...
Aeroporto de Guarulhos, SP, final da tarde - Eu tava chegando cansadão do voo e fui pro ponto do onibus da firma que me leva de Guarulhos pra Congonhas. De longe, vi várias pessoas sentadas no banco e um espaço aberto entre elas. Pensei: oba, vou ficar la sentado esperando o busão. Quando cheguei perto me deparei com esse cachorrão deitado, deliciosamente esparramado no banco e ninguem incomodava o cão e ninguem se incomodava com o cão. Tive que pedir licença pra ele, alegando que EU sim, estava mega cansado. Ele nem TCHUM pra mim e pro meu cansaço. O máximo que eu consegui foi o espaço da cabeça dele. E claro, abusado como só os vira-latas, ainda deitou a cabeça no meu colo. Eu adorei, claro.
As pessoas pensavam que ele era meu, tamanha a intimidade.
Depois fiquei sabendo que ele era nativo do aeroporto e ficava por lá.
Não resisti e claro. Click! Fotografei.
domingo, 4 de outubro de 2009
Mercedes, Qué poemas nuevos fuiste a buscar???
Um dia, ainda estudante da Faculdade de Arquitetura, buscando uma identidade musical, fui apresentado ao som dramático e forte de Mercedes Sosa.
Tinha tudo a ver, a época era da volta a normalidade democrática e nada mais tudo a ver que jovens estudantes de arquitetura, visionários e emocionados com a conquista da liberdade democrática, na politica, emfim... e todas as suas variantes.
E nesse contexto politico da época, surgem os lendários shows no RioCentro/RJ... os shows do Primeiro de Maio.
E num desses shows, cantavam Milton Nascimento e Mercedes Sosa.
Que mulher era aquela, com aquele bumbo, com aquelas roupas e cantando aquelas musicas que despertavam em nós, jovens, uma força descomunal que retumbava por toda uma America Latina desconhecida e nada democrática.
E aquela era a voz de Mercedes Sosa. A voz da America Latina.
Hoje ela nos deixou. Mas sua voz continuará ressoando como aquele bumbo que tocava forte nos nossos corações.
Escolhi essa musica, Alfonsina y el Mar...
Acho que foi uma boa escolha.
Mercedes Eterna!!! Mercedes Grande!!! Hoy asciendes dejando atras la perfumada estrela de tu incomparable manera de hacernos sentir y vibrar de emoción. Tu legado es tan patente como lo fué tu vida. Gracias al cielo por compartirte con nosotros. Feliz regreso al lugar donde siempre perteneciste!La verdad que doy gracias por haber esuchado su canto, "Negrita" nunca te iras de nosotros. Sos y seras el ícono del floklore argentino y americano.
Ya nadie va a cantar "Alfonsina..." como vos, negra. Tu ida no tendrá sustituto. Podrán venir en adelante otros excelentes cantores, pero tu voz será inigualable. Qué descances en paz, Mercedes.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Gata no cio de novo.
Dia lindo no rio de janeiro
shana tová umetucá! Feliz 5770!
O Rosh Hashaná é um dos dois Grandes Feriados da religião judaica; o outro é o Yom Kipur, que acontece 10 dias após o início do Rosh Hashaná. Estes dois feriados formam o período dos Grandes Feriados e, sem sombra de dúvida, é a época mais significativa do ano judaico, onde é dada aos homens a chance de arrepender-se de seus pecados e pedir perdão a Deus. Durante os Grandes Feriados, os judeus purificam as suas almas e têm a chance de recomeçar com a consciência limpa e com a intenção de serem melhores no ano que se inicia.
Então, Shana Tová!
"Leshana tova tekatev v'etachetem"!!!
terça-feira, 25 de agosto de 2009
domingo, 16 de agosto de 2009
I want to be alone. Me deixem em paz.
Para poucos...
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Aeroporto
Andei meio preocupado com a finitude das coisas, do prazo de validade das nossas idéias, das irregularidades do nosso humor...
Outro dia, eu tava no D.O. do Aeroporto de Guarulhos, esperando a hora de me apresentar pra mais um voo... e fiquei alí, olhando pela janela (janela?) de onde eu estava.
E via aquela paisagem dos aviões parados, da movimentação na pista, dos passageiros desfilando inertes numa passarela rolante, de um terminal pro outro... olhei o céu azul que fazia naquela tarde.
Quantas vezes, nesses 23 anos de profissão, aquela cena passou diante dos meus olhos, sem que eu percebesse os detalhes de tudo o que estava ali. Quantas vezes aquilo tudo era tão natural e corriqueiro, que eu não percebí que tudo, invariavelmente tudo aquilo, ia fazer parte da minha história?
Eu cliquei esse momento, como se estivesse fazendo um pequeno índice da minha história - ou das minhas histórias.
Os sobrinhos
Esses almoços na verdade são boas desculpas que minha mãe usa pra juntar a galera toda.
E esse foi muito especial, por que estávamos todos juntos. O Guilherme veio dos Estados Unidos trazer o vestido de noiva da Fernanda e esticou alguns dias.
O Alexandre, que estava morando com o pai dele em Floripa, veio não só pra esse almoço mas para todos os outros que virão.
É uma delicia encontrar todo mundo. Assim como eu, todos na minha familia são contadores de histórias, e é hilário ouvir as histórias que todos tem pra contar. Cada um com a sua versão, cada um com o seu tom e o seu humor.
Hermanos
Um dia, a gente acorda e olha uma foto como essa. E percebe que o tempo passa de uma maneira sutíl, despercebida.
Olhar no espelho e investigar o aparecimento de algumas rugas e marcas de expressão... ser chamado de "experiente" no trabalho e sentir algumas dores nas "juntas" que antes nao tinham...
E ontem mesmo, o Guilherme quase nasceu no meu carro, na hora que a Mary tava indo pra maternidade... e claro, foi ontem mesmo que o Guilherme e o Gustavo ficavam brincando na minha casa, ou mesmo em volta da arvore de natal esperando pra abrir os presentes.
Foi ontem, que o mundo colocou na minha frente dois sobrinhos, de uma série de quatro... e que eles estariam me esperando, crescendo e olhando pra mim, procurando definir o que eles seriam quando crescer ou como eles seriam no futuro.
Ontem mesmo, fomos procurar um terreno em Guapimirim. E lá o Guilherme perguntou se a casa ia ter um quarto pra ele, o irmão e a mãe dele... claro né. somos uma familia.
Ontem o Gustavo, ainda pequeno, brincava no chão da casa da minha mãe e brigava com o guilherme por alguma bobagem importante.
Ontem, no jantar que eu fiz aqui em casa, eu esperei eles ficarem nessa mesma posição, pra poder tirar essa foto. Eu sabia que essa foto ia ser importante, nao me lembro por que.
Hoje eu sei por que.
Eles cresceram, estavam na minha casa como dois homens, dois cidadãos, que tem um futuro lindo pela frente, que buscam melhorar como seres humanos, trabalhando e principalmente, acreditando que não tem nada mais importante do que a familia.
Podem acreditar. Hoje de manhã eu acordei e me olhei no espelho e fiquei feliz de ter meus sobrinhos... Guilherme, Gustavo, Alexandre e Isabela, um pouco mais perto de mim.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Ventinho, o homem que gosta de vírgulas.
Ninguém, que não ele, seria capaz de entender os flamboyants. Um dia, tive o privilégio de ver o Wilson rodeando um flamboyant sem flores, mas muito muito antigo, como numa dança xamãnica, onde certamente invocava antigos ancestrais para um ritual mágico de transformação. As palavras de amor aquelas árvores seriam como parte de um ritual que só ele entende. E como se todas as árvores o obedecessem, para que fizessem parte do ritual, elas se abraçam e se tocam. E pedem beijos apaixonados... E é claro que como todo ritual, sons saíam do seu pisar macio, quase sem gravidade, espalhando restos de galhos quebrados e secos, que óbviamente seriam para nós observadores, apenas restos. Mas não pra ele. Seriam fragmentos de pura história que ninguém jamais contaria.
Confundem-se as estátuas de mármore italiano, roubadas do parque das águas, com a presença de Wilson. Olha vazio como se ali visse as estátuas que ninguem vê. E ele seria capaz também, dentre outras coisas, de descrever com detalhes as estátuas que ninguem vê, com a precisão da gramática.
E ainda como se fizesse parte do ritual secreto dos Wilsons, ele rodeia novamente os flamboyants e a eles pede permissão pra me contar a história daquele chão. Uma história que só ele, sábio que é, poderia contar.
Perto dali, ainda se ouvem outros passos. Dessa vez, no Palácio dos Ecos... Mas como ainda é mágica, são passos do menino-eólico que transformava a energia em vento, como o contrário dos contrários. E essa energia reverbera ainda, alí, guardada a segredo. Uma caixa de musica que toca passos reverberados na cúpula, ao invez de uma bailarina, um menino-eólico dança os primeiros passos do que seria seu ritual xamãnico, já prevendo um futuro brilhante entre vírgulas.
É bem provável, que quando deixamos aquele parque das águas, a velha fábrica abandonada voltasse a encher garrafinhas que seriam, num futuro muito distante, largadas alí mesmo, junto aos restos de flamboyants, por algum casal apaixonado. E se mesclariam aos gravetos, mas que fariam parte da historia toda contada...
é só pelo momento. só sei que a fábrica não estava abandonada. ela só parou aquele momento. em respeito ao menino-vento, que passou ali pra contar um pedacinho da história de um lugar lindo.
por que o único barulho que se ouviria naquele momento, era o seu coração como a minha canção favorita.
o resto é mar.
O Relógio da Casa da Minha Avó
Das lembranças todas da minha vida, acho que a melhor delas é a da copa da casa da minha avó... Gostava de chegar na casa dela e sentir aquele friozinho gostoso, uma sensação difícil de descrever...
Lembro da casa às vezes vazia, o relógio que hoje está na sala da casa da minha mãe, era o fundo musical daquela casa...
Em qualquer lugar da casa, se ouvia o barulho do relógio, o eco que fazia na copa. teto muito alto.... E o relógio lá, na parede, marcando a cadência do tempo... Talvez ele tivesse sido testemunha de tudo o que aconteceu naquela casa...
No quarto dos fundos, lá em cima, tinha uma janela grande, dessas de veneziana... De manhãzinha a luz que passava por ela faziam desenhos engraçados que eu imaginava formas e movimentos...
Essa janela dava para os fundos da casa... no quintal...
A casa de trás, vizinha, era a casa dos passarinhos. A gente deu esse nome por que o dono da casa tinha um viveiro enorme, maior que o mundo, cheio de passarinhos, de todas as cores e de todos os cantos...
Naquelas tardes, eu ficava sozinho na casa da minha avó, adorava ficar deitado na cama dela, olhando a janela aberta, a cortina de voal balançando, balançando... Os passarinhos me faziam companhia e o relógio.. ah, o relógio... pontuava cada segundo da minha vida...
Era como se ele quisesse me contar o futuro, que um dia, ele não ia estar mais lá.
Nem eu.
Um abraço e um beijo do meu avô
Um dia, meu avô me chamou no quarto dele... Eu tinha medo dele por que ele era muito alto, muito severo e usava uns óculos que aumentavam o olho dele...
Eu sentei na cama e ele me deu um livro, e disse que era pra eu ler nas minhas férias.
Eu fiquei segurando o livro com as duas mãos, e olhava pra capa, tão colorida e tão bonita... Era um livro do Monteiro Lobato... Reinações de Narizinho...
As páginas eram grossas mas as letras eram bem graúdas...
Ele sentou do meu lado, pegou o livro, e num gesto só seu, ele folheava as páginas como um especialista... E lambia a ponta dos dedos e olhava o livro como se fosse uma preciosidade.
E me mostrava, página por página, quanta coisa eu ia encontrar naquele livro... Quantas histórias eu ia descobrir naquele livro de folhas tão grossas, desenhos em preto e branco...
Eu jamais imaginaria que pudesse compartilhar desse momento tão especial com ele, sentado ali, naquela cama, naquele quarto... Parecia um ritual...
E ficava olhando pra ele, embevecido de ver aquele homem tão sisudo, tão distante, falando de coisas tão doces e tão importantes...
Pra falar a verdade, me senti muito importante naquele dia, fiquei bastante orgulhoso. Por que sabia que nem todo mundo tinha aquele livro que ele me deu.
Embora ele fosse um homem de poucas aproximações com os netos, eu sentia que naquele gesto, ele me abraçava e me beijava, coisa que ele nunca fazia.
Eu desci e fui pra sala onde ele guardava aqueles livros todos que ele mesmo encadernava... E fiquei imaginando ele lendo todos aqueles livros, daquela mesma maneira que ele me ensinou a ler todos os livros da minha vida.
Engraçado, nunca disse isso a ele...
Vô ! Adorei o livro.
Chuva
Chuva
Na sala de visitas, tinha uma janela engraçada, que na realidade eram três, em arco.... Era de ferro e vidro, como num vitral.
E como tinha uma grade do lado de fora, era delicioso sentar naquela janela, ficar apoiado na grade e ficar olhando as pessoas passando pra lá e pra cá.
Eu era bem pequeno e como morava num apartamento em Copacabana, essas experiências eram únicas pra mim.
Um dia, começou a chover forte, chuva de verão.Daquelas com vento, trovão e relâmpagos.
Eu corri pra tal janela e fiquei ali sentadinho, olhando aquela chuva toda, aqueles pingos grossos, que batiam com força nas plantas do jardim.
E ficava encantado com a água que caia do telhado, parecia que tinha uma torneirinha aberta lá em cima....
De repente, me deu uma vontade de participar dessa chuva toda, fazer parte mesmo, com tudo o que eu tinha direito...
E sai da janela e fui lá pro quintal....
Bem na frente do portão, na beirada da calçada, a água descia com tanta força, parecia uma cachoeira...
Meu primo que era pequeno também veio me acompanhar nessa aventura na chuva.
Minha mãe e minha avó olhavam pela janela do quarto lá em cima e viam a gente naquela brincadeira com a água da chuva.
Eu abria a mão e colocava o rosto pra cima, pra sentir aquelas gotas de chuva na minha cara.... Como eu precisava disso...
Elas achavam que eu tava brincando.
Sai da chuva, menino.. vai pegar um resfriado ! minha mãe gritou...
Não posso.... a chuva não deixa !
Eu falava sério. Elas riam, achavam que eu tava fazendo graça pra elas...
Não consigo mais pegar chuva sem colocar meu rosto pra cima.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
A Casa da Minha Avó
Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1417. Alí, depois da Faria Lima, segue em frente.... perto do supermercado... em direção a Av. Rebouças...
Assim começa essa história.
A casa era branca, de janelas azuis, portão de ferro que rangia um rangido que eu escuto até hoje. Aliás, a casa é tão viva dentro de mim, que eu consigo ouvir todos os seus sons. Tinha a porta de entrada, branca e pesada. Por essa porta, a gente entrava num hallzinho de tacos sintecados, tinha um aparador onde ficava o telefone, o espelho. E ainda tinha uma portinha secreta, em baixo da escada, onde meu avô guardava tudo o que não era pra gente mexer. Era um tesouro.
Duas portas levavam pra sala de visitas e pra sala de jantar. E tinha a escada... ah, a escada....
A escada era em curva, tinha um corrimão largo por onde a gente brincava de escorregar. Uma passadeira presa por ferrinhos de latão dourados e polidos. Eles faziam um barulho especial, um som oco do tapete e o clinck do ferrinho... anunciavam que alguem estava subindo. Ao longo das paredes da escada, alguns quadros pintados pelo meu avô, pelo meu tio... Uma clarabóia escondida no teto deixava passar a luz na escada... acho que só eu olhava pra clarabóia de vidro e imaginava como funcionava, de que era feita. Eu já era arquiteto aos 5 anos de idade.
A sala de visitas, ficava no lado esquerdo de quem entrava no hallzinho... o chão era de taco com um tapete em cima, uma estante com milhões de livros - a maioria encadernada pelo meu avô. Tinha um piano, dois sofás, uma mesinha de centro e uma vitrola antiga, que só meu avô sabia mexer.
A sala de jantar era onde tudo acontecia. Todas as decisões importantes, o café da manha farto, o almoço, o jantar.. os lanches e as canjas... alí a gente tambem devorava pães de queijos preparados pelas mãos gordinhas e brancas da minha avó. Ela preparava o pão de queijo com uma alquimia que só ela sabia fazer.
A copa era fria, teto alto, azulejos decoradinhos, armários brancos e tinha um relógio. Ah, o relógio... ele ficava em cima da porta e a gente ouvia o tic-tac dele o tempo todo. Os silêncios da casa eram quebrados pelo tic-tac do relogio... tic-tac-tic-tac... quantas insônias foram embaladas pelo tic-tac... os assaltos da geladeira, as conversas mais secretas, as broas de milho, o cheiro de café, tic-tac-tic-tac...
Em cima era a festa.. lá não tinha problema... eram risadas, brincadeiras, esconderijos, carrinhos, peão, brinquedos... o quarto da frente com aquele armário branco que parecia um muro.. era imenso... a cortina de voal, a janela de veneziana com aqueles buraquinhos que passavam a luz do dia, pra acordar a gente com carinho... as paredes era geladas no inverno... eu gostava tanto de ir pra casa da minha avó, que na hora de dormir, eu passava a mão no chapiscado da parede do quarto e dizia pra mim mesmo: - nao acredito que eu to aqui... não acredito! que bom! e dormia todo agasalhado, naqueles pijamas de bolinha que todos nós tinhamos, As camas ficavam no quarto do meio, onde tinham dois altares: uma estante com as imagens dos santos e a maquina de costura da minha avó. Tudo tinha uma textura e cheiros inesqueciveis...
Lá de cima se ouvia o tic-tac do relógio... o banheiro com aquela porta de aluminio que eu brincava de elevador... o quarto dos meus avos...
Lá em baixo tinha o jardim da frente, cheio de roseiras que meu avô cuidava.... um caminhozinho de pedras, grama pelo de urso... era uma floresta pros nossos tamanhos... como era grande o jardim... o quintal, o corredor da garagem, mais plantas, a garagem... a garagem era um santuário... os jornais velhos, panelas, milhões de coisas que quase nunca eram usadas.... mais um quintal, mais plantas, o tanque e a escada que ia pro quarto da Hélia, da Eva, e de outras tantas que a gente nao consegue lembrar... a gente fumava escondido lá no quarto delas. Elas ficavam brabas com a gente, mas fazer o que né.
Depois a casa começou a ficar menos fria, fricou mais quente... A Vivian casou lá, os velórios que eu não participei...
Na casa da minha avó, eu me angustiei com as provas de seleçao da Varig, fiquei feliz com a minha admissão na Varig, o curso... tudo foi alí.... A chegada do Alexandre, minha avó virou Bisa.
E não tinha mais o meu avô, depois não tinha mais a minha avó.
Hoje o relógio nao faz mais tic-tac. Mas eu ainda escuto. Tic, tac.
O portão nao range mais, mas eu ainda escuto. Ele range e bate. Eu ainda entro naquela copa, ainda sinto o cheiro da canja quentinha, escuto os passos da minha avó na escada, subindo devagar, um pé, o outro depois. Ouço minha tia Maria Lúcia subindo a escada com aquela violência decidida, passos fortes, faziam barulhos. Eu sinto a textura das paredes que me deixavam tão seguros, eu vejo o sol entrando pelos furinhos da janela...
Eu ainda vejo o meu avô e a minha avó na porta da frente, recepcionando a gente, despedindo da gente.
Eu ainda tô lá dentro.
E a casa nem existe mais.
Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1417.
minhas melhores histórias foram aqui.
Vó, que saudade eu tenho de voce...
Brinquedo Novo N95 8GB
aí eu entrei na loja da tim pra saber se minha linha ainda estava fidelizada, por que eu queria fazer um upgrade do meu telefone e tal...
"- sua conta esta desfidelizada, o senhor ja pode trocar seu aparelho.... hummm.... que tal um Nokia N95 8GB ? sai de graça para o senhor...."
gostaram do brinquedinho ?
nada como DE GRAÇA pra fazer o diazinho da gente mais alegre.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
7 Ways to Annoy a Flight Attendant
Our anonymous flight attendant has worked for a well-known commercial airline for 12 years. She dishes on what irritates her most in passenger behavior.
1. Bring your pet on the plane and then act like an animal.
Over the years, I've seen a pet on a passenger's lap, a pet tucked into a seatback pocket, and a pet loose in the aisle (I nearly hit one with my beverage cart). All of this is against federal regulations. People tell me how well-behaved their pet is, but they can't follow the rules themselves! Your pet must stay in its carrier while you're on the plane. Yes, even if you've paid a "pet-in-cabin" fee.
2. Shove your bag into the first bin you see and then walk to your seat in the back of the plane.You think you're clever, I know. You expect to grab your bag on your way out of the plane, but you're selfishly inconveniencing others. I can't lie and say we flight attendants don't take some small satisfaction when we tell you, "We couldn't identify the bag's owner, so we sent it to cargo." It's a security issue, for real. Carry-ons need to stay near their owners! So don't look so shocked when we say, "The signs will direct you to baggage claim. You can pick up your bag there."
3. Think that because you're on an airplane you're off-duty as a parent.Stop expecting us to have spare diapers, formula, medicine, toys, playing cards, or batteries for DVD players or Game Boys. It's an airplane, not a 7-11. Take your kid to the restroom before you board. Leave the dry cereal and Legos at home and bring snacks and toys for your kids that won't make a horrible mess.
4. Drag on an oversize bag that's too heavy for you to lift by yourself.I won't be compensated for any injuries I might sustain if I heft your bag into the overhead compartment for you. (And other passengers shouldn't have to step up and take the risk either.) The guideline is simple: You pack it, you stack it. Try this at home as a test (and this is to you ladies, especially): After you've packed your bag, put on the shoes you plan to wear on the plane and see if you can lift your bag and place it on top of your refrigerator. You can't? Pay the fee and check the bag.
5. Gripe that you haven't been seated in a roomy exit-row seat.The exit rows weren't created as a reward for people who are tall, overweight, or just plain nice. They were designed to help passengers get out of the plane in an emergency. The people seated in an exit row must be able to see and speak clearly, open the emergency door, and help others. I prefer to see uniformed military, firefighters, law-enforcement officers, or off-duty pilots and flight attendants sitting in those seats. While the gate agent may assign exit-row seats first, the flight attendant makes the final determination about who gets to sit in them. And the quality of our choices is one of the frequent concerns of Federal Aviation Administration officials when they audit airlines for safety practices. So please don't complain. I'm just doing my job.
6. Act like you don't know the meaning of the words "under the seat in front of you."Someday I will be muttering "under the seat in front of you" in the old-age home for flight attendants. What is it that you don't understand? To be clear, items should not be stowed behind your calves, under your feet like a footstool, in the open seat next to you, or in your lap. It's under the seat in front of you. And it applies to everything you carry on board. Items stored carelessly can trip others, or dislodge during takeoff and get lost, or inconvenience others. And while I'm on the topic: Please don't wrap your purse (or umbrella strap) around your ankle to keep from forgetting it. What will happen in an emergency, when every second counts and there's no time to disentangle yourself from your precious bag? Will you drag it ball-and-chain-style down the aisle of a burning plane?
7. Whine about the high price of flying.When I hear people complain about coach airfares, I know they're not keeping up with the news. Fares have rarely been cheaper. In recent years, it's not uncommon for you to be able to cross the continent for under $130 each way, with a maximum of one layover. It's a bargain! At that price, you're barely paying for the fuel to get your body there—never mind the cost of shipping your 50 pounds of gear. You're already on the gravy plane. People point to first class ticket holders and want to know why they don't get the same treatment. Wake up folks: You're getting a great deal. If you want even more, pay more!
Por isso que eu adoro a Lucia Hippolito
Sua Excelência não convenceu
(por Lucia Hippolito)
Muito nervoso, maltratando a língua portuguesa, o presidente do Senado, senador José Sarney, foi à tribuna para se defender das críticas, segundo ele, muito injustas, que não respeitam sua biografia.
Não convenceu. Listou vários fatos de sua biografia. Falou dos 50 anos de vida pública, misturou fatos ocorridos durante a ditadura com ações suas na presidência da República.
Eximiu-se de toda e qualquer responsabilidade pela desmoralização completa por que passa o Senado da República. Repetiu inúmeras vezes que a crise não é dele, é do Senado.
Lamento, mas o senador José Sarney é o maior responsável pela crise.
Não se trata de desmentir ou de apagar a biografia do nobre parlamentar. Longe disso. Quem reescrevia o passado eram os historiadores soviéticos. A história de José Sarney é bem conhecida.
O que há de mais curioso a ressaltar no discurso de quase meia hora é a total falta de compromisso de José Sarney com os últimos dez ou 15 anos da história do Senado. Sarney discursou como se tivesse chegado ontem à presidência da Casa.
Como se não estivesse presidindo o Senado pela terceira vez. Como se não fosse pessoalmente responsável pela criação de cerca de 50 das 181 diretorias recém-descobertas na Casa.
Como se não fosse pessoalmente responsável pela nomeação de Agaciel Maia como diretor-geral do Senado. Como se não tivesse legitimado uma série de atos de Agaciel Maia e do diretor de Recursos Humanos, João Carlos Zoghbi.
Não é trivial privatizar o Senado da forma como o Senador José Sarney o fez. Tinha até outro dia um neto e duas sobrinhas empregados. Recebia auxílio-moradia tendo residência particular em Brasília e tendo à sua disposição, desde fevereiro, a residência oficial do Senado.
Sua estrategista de campanha era também diretora do Senado. Exonerada para fazer campanha, teve a exoneação cancelada (tudo através de documentos sigilosos).
Sua casa em São Luis era protegida por seguranças do Senado... embora ele seja senador pelo Amapá.
Semana passada, sua Excelência foi padrinho de casamento da filha de Agaciel Maia, ex-diretor-geral do Senado. Que agora, depois de prestar relevantes serviços ao senador Sarney, está sendo jogado às feras. Pelo senador Sarney.
O senador José Sarney não tem direito de afirmar que a crise não é dele.
Quando tenta diluir a crise do Senado brasileiro na crise de representação mais geral, que acontece em muitos parlamentos do mundo, o senador tenta uma manobra esperta.
É verdade que há crise em outros países, mas lá os parlamentares renunciam, pedem desculpas públicas, devolvem o dinheiro desviado. Alguns até se matam.
Não se espera nenhuma atitude radical por parte do senador Sarney. Nem mesmo a renúncia à presidência do Senado virá por livre e espontânea vontade.
Mas o clima de rebelião entre os funcionários do Senado é evidente. A forte reação da opinião pública também.
Uma vez o senador José Sarney contratou a Fundação Getúlio Vargas para fazer um diagnóstico da situação do Senado e propor medidas. Deu certo. Nada aconteceu.
Desta vez, repetiu a manobra. Mas suspeito muito de que não vai funcionar.
Os tempos são outros, Excelência.
terça-feira, 16 de junho de 2009
FÉRIAS ARE OVER, MY PEOPLE
Como diria minha mãe, "não há mal que sempre dure e nem há bem que nunca se acabe..."
Foram 30 dias de reposição do sono. É verdade. Esse ano que passou, fiquei acordando as 2, 3, 4 e 5 da manhã. Aproveitei e coloquei meu sono em dia, acordava na hora que o sono acabava.
Fiz tudo o que eu queria, terapia, academia, bebidinhas, cozinhei, passeei com o Igor, fotografei a Gata, encontrei meus amigos Eduardo e Claudia Porto que nao via a 40 anos, atualizei o blog (não da maneira que eu queria) arrumei minha casa... Falta ainda muita coisa pra fazer. Tinha que visitar a minha amiga Nina Kern, o Assis... Mas vou fazer isso ainda esse mes.
Férias.
Eu me lembro na época da escola, férias significava ir pra Cabo Frio ou ir pra São Paulo. Depois, férias eram passeios maravilhosos em Campos do Jordão (aliás, nao consegui ir. vou trocar meu carro e vou. prometo). Depois que eu comecei a voar, férias eram Nova York, Miami e muitas vezes a Copenhagen. Agora, férias é = ficar quieto na minha casa, cuidando de mim, descansando.
Tenho certeza que vai chegar uma hora que vou poder ir a Cabo Frio, a Campos do Jordão, Nova York e Copenhagen sem ter que esperar pelos 30 dias.
Quero estar vivo pra isso.
(por falar nisso, cade meu dinheiro da Varig, heim?)
segunda-feira, 15 de junho de 2009
GATA TÁ NAQUELES DIAS. Bad mood mode [on]
Não sei o que deu nela hoje. Tava especialmente braba. Até parece que as férias DELA é que estão acabando. Muito mal humorada. Ela deve ter os motivos dela. Vai saber. Um gênio do cão.
Espero que amanha ela acorde mais humoradinha e menos arranhativa.
E quando ela fica mau humorada agora ela fica assim, dormindo com a cara no lençol, pra nao ver nada e ninguem.
Só não pode roubar meu rivotril. Aí a gente briga de igual pra igual.
FRIDA NO CAPUZ
COLETIVA DE IMPRENSA DA MARIDA
DOMINGO, DIA DAS MÃES. E DIA DE LANCHE.
As negociações começam cedo. Quem leva a coca zero, os pãezinhos são de que padaria, um bolo, cachorro quente, mais coca cola, mais pão...
E nada de entrar numa de dieta ou qq coisa que remeta a possivel ideia de comer pouquinho. É tudo muito. E espero que seja assim durante muito tempo.
E rola de um tudo. Lenora (marida) fazendo a sua costumeira coletiva de imprensa - o tema era a mídia, o acidente do AF447, casamento do Gustavo...
A gata da minha mãe adolescendo e mostrando as garras, o cachorro numa fúria sexual com as pernas do Rogério, Julinho e os segredos do Fashion Week... ou seja, assunto pra muitas risadas e risadas muito boas, pra lembrar sempre como é bom passar um domingo em família.
CHOPP E FRANGUINHO
Povo de Curicica!
Então, depois do assassinato do ex-vereador (esse status me lembra ex-BBB) aqui no condomínio, passamos de condominio de classe média da zona oeste para Condomínio de Luxo na Barra da Tijuca.
E como bom condominio de lusho, o nosso shópen BOMBAAA! E claro, estamos sempre prestigiando os colegues todos da nossa comunidade.
E rola um franguinho na brasa que é uma delícia. Com um chopis bem honesto e mega ultra gelado.
Hoje, domigão, não tivemos dúvida: colocamos nossa Rider, puxamos nossa carteira-capanga e nos atracamos com o maravilhoso franguinho com chopis.
Nas fotos só rolava o chopis, por que domingão, jogo do flamengo... o restaurante bombava e o nosso frango só chegou quase meia hora e alguns chopis depois.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
ANIVERSARIO DA MARIDA.
Mais um ano, né marida.
A gente passa por cada uma... e ainda tem força pra rir, nem que seja de uma linguada na vela cheia de goiaba do bolo.
é o minimo que a gente pode fazer.
A comemoraçao foi na casa do Cezar Bastos e do Jorginho. Estavam alem de nos, a Lorena, minha filhota querida e o Vagner. Além dos gatos do Cezar, claro.
e quero comemorar sempre o teu aniversario assim, desse jeito.
com muita risada e muito bolo gostoso.
parabéns, marida!
beijos
sábado, 6 de junho de 2009
vista do apartamento
Essa é a vista do apartamento do Gustavo. Hoje fez um dia lindo, aproveitei pra correr e fazer coisas em casa.
Eu adorei a vista.
Dá pra ver o projac... Sol da manhã... até o Mundial de Curicica dá pra ver lá no fundo.
vai ter sopa de abóbora...
Ontem eu fui no mercado e nao resisti e comprei dois pedaços gigantes de abobora. Pra fazer sopa, claro. E ai sobrou mais abobora e vou fazer um doce.
Vai ser o fesrtival da abóbora.
Quem provou conhece.
arquitetos
Hoje de manhã fui me encontrar com os meninos (meninos?) no apartamento que eles compraram, aqui pertinho de mim.
E é tão gostoso ver os dois fazendo planos, redesenhando o apartamento... aqui vai ser uma estante, aqui a geladeira, o arcondicionando fica aqui, é melhor uma cortina assim....
E convencer a Fernanda que o apartamento, apesar de pequeno é muito bom... vai ficar lindo por que eles tem bom gosto e vai dar tudo certo.
Vai ser bom te-los como vizinhos.
Fuga No. 2 - Mutantes
Dá licença pra eu sentir saudade?
Toma a letra.
Hoje eu vou fugir de casa
Vou levar a mala cheia de ilusão
Vou deixar alguma coisa velha
Esparramada toda pelo chão
Vou correr num automóvel
Enorme, forte, a sorte, a morte a esperar
Vultos altos e baixos
Que me assustavam só em olhar
Pra onde eu vou, ah
Pra onde eu vou, venha também
Pra onde eu vou, venha também
Pra onde eu vou
Faróis altos e baixos
Que me fotografam a me procurar
Dois olhos de mercúrio
Iluminam meus passos a me espionar
O sinal está vermelho
E os carros vão passando
E eu ando, ando, ando...
Minha roupa atravessa
E me leva pela mão
Do chão, do chão, do chão...
Pra onde eu vou, ah
Pra onde eu vou, venha também
Pra onde eu vou, venha também
Pra onde eu vou
Coluna da Cora Rónai, ontem 5/6/09
O vôo 447 e a tristeza de todos nós
Escrevo a coluna na segunda-feira. É uma rotina: vou dormir domingo arrumando mentalmente as idéias que surgiram ao longo da semana e, no dia seguinte, me entendo com a que pareceu mais interessante. No domingo passado pensei numas histórias que ouvi, numas nojeiras políticas que têm me tirado a esportiva (qual é a novidade?), na impossibilidade de arrumar os livros e na semelhança entre o escritório e alcachofra. A segunda, porém, cancelou todos os planos. Como é que se pode escrever quando um avião some só assim, no meio do Atlântico?O dia ficou suspenso e triste. Por onde andei as pessoas estavam abaladas, mesmo aquelas que jamais voaram, esperando as explicações que provavelmente nunca teremos. Além de sair logo ali do Galeão, levando amigos, vizinhos, conhecidos ou conhecidos de conhecidos, um vôo Rio-Paris é sempre um sonho, e ninguém se conforma quando sonhos viram pesadelos.
Sim, é verdade que qualquer um de nós corre mais riscos de ser atropelado, de ser vítima de bala perdida ou de desastre de carro -- mas, como observa o Millôr, avião é o único meio de transporte em que se tem mau pressentimento. Viajamos de carro como se nada fosse, ficamos perfeitamente à vontade em trens e a nossa maior preocupação, quando pegamos barca ou navio, é se vamos ou não enjoar.
Quando um avião cai, desafia o engenho humano que venceu a gravidade e as leis da natureza, pondo pessoas num espaço que, durante milhões de anos, foi reserva exclusiva de aves e nuvens. Os outros meios de transporte apenas ampliam a nossa capacidade de percorrer distâncias em elementos que nos são familiares; mas quem disse que podíamos voar impunemente?
Não me recordo de desastre marítimo ou ferroviário em que familiares das vítimas se lembrassem de premonições. A queda de um avião, porém, é tão traumática, que os menores gestos viram vaticínios. Ouvimos admirados as coincidências e, no fundo, nos sentimos reconfortados, porque seria bom acreditar que temos algum poder sobre o destino.
* * *
Alguns amigos me ligaram para falar do acidente. Pessoas com quem precisei conversar sobre os assuntos mais diversos acabaram falando sobre o acidente. A manicure falou sobre o acidente, o rapaz que veio consertar a máquina de lavar falou sobre o acidente, os porteiros falaram sobre o acidente. Da noite para o dia, viramos todos especialistas em aviação, o que é compreensível: diante de um horror tão inexplicável, precisamos exorcizar as emoções e, se possível, encontrar uma razão que nos sossegue.Na segunda à tarde, a turma da internet já falava em gaiola de Faraday com total intimidade, mais ou menos como a turma do botequim fala em escanteio. Precisei recorrer ao Google para descobrir que essa gaiola foi uma experiência de Michael Faraday (1791-1867) para demonstrar que condutores carregados ficam eletrificados apenas na superfície.
No blog, discutiam-se causas possíveis e impossíveis, a velocidade com que o avião desapareceu, a ausência de comunicação. Na terça-feira à noite, a Adriana, que é controladora de vôo, escreveu o seguinte:
-- É como se a tripulação tivesse sido colhida no meio dos seus afazeres, sem tempo para nada... Lembra das pessoas petrificadas pelo Vesúvio, em Pompéia?
E meu amigo Beto Sandall, comissário, explicou porque, apesar de tudo, gosta tanto do seu trabalho:
-- Quando a gente vislumbra a profissão de voar, vem junto uma sensação estranha de liberdade e de plenitude. Alcançamos as alturas, voamos como os pássaros e, livres como eles, somos também frágeis e impotentes. O amor por voar, porém, sempre fala mais alto.
* * *
Pensei muito nos passageiros e, principalmente, na tripulação do vôo 443, que saiu do Rio para Paris na segunda-feira à tarde. Que sentimento horrível, refazer a rota de um avião que acabou de desaparecer! Como é que se pode agir com naturalidade nessas circunstâncias? Como é que se faz de conta que está tudo bem, quando se sabe que todos a bordo estão pensando na mesma coisa pavorosa e impronunciável?* * *
Detesto aeroportos e as burocracias de viagem, mas adoro aviões. Gosto sobretudo das primeiras horas do vôo, quando relaxo do estresse do embarque e fico só com um livro, umas comidinhas e a felicidade de saber que ninguém vai me interromper, que o telefone não vai tocar, e que, até aterrissarmos, nada, rigorosamente nada, será responsabilidade minha. Mais tarde, é claro, vêm a falta de posição na poltrona (por maior que ela seja) e a sensação de que o tempo não passa. Uma vez eu ainda estava acordada quando o avião passou ao lado de uma tempestade de raios. Foi um dos espetáculos mais bonitos que já vi, e em nenhum momento me pareceu algo perigoso. Às vezes, a ignorância é uma benção.(O Globo, Segundo Caderno, 4.6.2009)
sexta-feira, 5 de junho de 2009
40 ANOS DEPOIS
Ontem foi um dia especial pra mim. Me encontrei com meus amigos de infância, Eduardo e Claudia.
O Devassa de ipanema foi o cenário desse encontro tão legal.
Eram tantas as histórias! Tanta coisa pra contar, colocar em dia... que nao deu tempo pra falar tudo que a gente tinha que falar.
Ouvir as histórias do Eduardo... os desenhos da Claudia... falar sobre a gente, das nossas vidas, das nossas experiencias, nossas profissões, nossas familias... O mais gostoso foi relembrar o nosso tempo na escola, as historias engraçadas, relembrar fatos, as pessoas... enfim, foi muito gostoso.
To torcendo pra que apareça o resto da turma, ia ser bárbaro encontrar todo mundo e quem sabe, fazer um foto igual aquela, que tiramos no pátio da escola.
05/06/2009, upload feito originalmente por Beto Sandall.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
direto do tunel do tempo
e o mais gostoso de tudo: nao nos vemos a mais de 40 anos.
vou colocar as fotos aqui depois, por que nao vou perder a chance fotografar esse evento. ah, nao vou mesmo.
40 anos.
vejo as fotos da Claudia Porto e do Eduardo, pra mim eles estao exatamente iguais, desde a ultima vez que a gente se viu. E eu nem lembro quando e como foi isso.
A gente estudava no Curso Infantil, da D. Eva Levy, uma francesa que veio pro Brasil e criou essa escola com métodos bem avançados pra época. A turma era pequena mas era praticamente a mesma desde o primeiro ano primario. Estudei lá de 1966 até 1970.
A expectativa é de ouvir as histórias... e poder relembrar uma época onde tudo era muito diferente.
Vai ser uma volta ao passado, inevitável. Aguenta coraçao, viu.
Vou lá e já volto.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Communiqué n 7
Paris, 01 juin 2009 - 23h28 heure locale
Communiqué N° 7
Personnel navigant technique
Commandant de bord :
- Nationalité française
- 58 ans
- Entré à la compagnie en 1988
- Qualifié sur Airbus A330/A340 en février 2007
- 11 000 heures de vol dont 1 700 sur Airbus A330/A340
2 officiers pilotes de ligne (copilotes) :
- Nationalité française
- 37 ans et 32 ans
- Entrés à la compagnie en 1999 et 2004
- Qualifiés sur Airbus A330/A340 en avril 2002 et en juin 2008
- 6 600 heures de vol dont 2 600 sur Airbus A330/A340
- 3 000 heures de vol dont 800 sur Airbus A330/A340
Personnel navigant commercial
Chef de cabine principal :
- Nationalité française
- 49 ans
- Entré à la compagnie en 1985
2 chefs de cabine :
- Nationalité française
- 54 et 46 ans
- Entrés à la compagnie en 1981 et en 1989
6 hôtesses et stewards
- 5 de nationalité française et 1 de nationalité brésilienne
- Entre 24 et 44 ans
- Entrés à la compagnie entre 1996 et 2007
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Depois do elevador, o avião é o meio de transporte mais seguro que existe. Acreditem!
Como eu tinha tomado um remédio mega poderoso pra minha dor na coluna, custei a acreditar no que eu tava lendo.
Me lembrei que logo quando entrei na Varig, recebi um telefonema de uma colega dizendo que o Abdjan tinha caído. Eu logo imaginei que o voo nao iria sair mais na nossa escala, ou coisa do gênero. Mas não tinha realizado que o avião tinha caído. E era o avião que eu voava e o voo que eu fazia! Até cair a ficha demorou um pouco.
Lembro da minha mãe me dizendo que na época dela, os DC-3 caíam na pista de congonhas que nem tomate podre...
Desestruturou um pouco mas aos poucos eu fui entendendo melhor a aviação e ficando até mais seguro, a respeito das máquinas e dos pilotos.
Eu ainda sou daqueles que confia na máquina e no piloto. É como um mantra pra mim, a cada perrengue aéreo. Tenho que confiar neles. Tenho que confiar neles.
Aí caiu o avião do Garcez, depois o TAM em jabaquara, em seguida os ataques de 11 de setembro com todo o seu show-horror aéreo.
Mesmo assim, as coisas continuavam claras pra mim, e acredito que depois do elevador, o avião é o transporte aéreo mais seguro que tem. Acreditem, é mesmo!
Ai veio o tsunami Varig e fui parar na TAM. No ano que entrei na TAM, teve aquele horror que foi o A320 entrando no prédio e tudo que sabemos e que nem vale a pena lembrar aqui.
Hoje então, essa trajédia com o A330 da Air France.
O pouco que entendo do avião (sou habilitado nesse tipo de equipamento) é que ele tem vários localizadores e como todo equipamento Airbus, todos os sistemas são no minimo, em dobro.
Quer dizer, o sistema eletrico, os geradores, todos os equipamentos de tornam possivel a navegabilidade, são no minimo em dois, no caso de um pifar, tem sempre outro.
Um equipemento importante é o ELT, um sistema de localizador, que é acionado quando há um choque com o avião.
Naquela área onde possivelmente aconteceu o acidente, é um meio do nada, mas sempre monitorado pelos radares, brasileiros e tambem do Senegal, na África.
Isso sem falar que todos os equipamentos são monitorados em Tolouse na França.
Condiçoes meteorológicas, possivelmente. Mesmo assim, avioes como o A330 sao projetados pra enfrentar condiçoes adversas e severas... enfim, é esperar pra saber o que realmente aconteceu.
Muita luz pra todos os meus colegas que estavam lá, trabalhando.
Como diria Alice Klausz: "A Aviação é um banquete onde a gente nunca sabe quando vão servir a sobremesa."