terça-feira, 4 de novembro de 2008

Marida, Lenora.



Lenora, minha marida:

Hoje falamos um pouco pelo telefone. E nos falamos sempre e sempre e toda hora.
Um dia, a porta da casa da Lenora se abriu pra mim e pra minha familia. E aos poucos a gente começou a fazer aquela familia ideal, saca? Aqueles que a gente escolhe pra ser da nossa familia pra sempre.

Aí, a gente se encontrou acho que de outras encadernaçoes mesmo, nao tem muita explicaçao. Ou tem, sei lá. Tambem nem precisa. O que precisa é isso que ta bom assim mesmo. A gente é amigo, ou mais que amigo. Somos marido e marida. Aquele casamento que dá mega certo.
Somos amigos de entrar pela casa a dentro e abrir a geladeira na hora da deprê, e acordar de manha e entrar de pijama e sentar tomar café com pão e manteiga, contando o que aconteceu na noite anterior, os planos, rir pra variar.

Somos amigos de sair pra caminhar na praia e tomar agua de coco, e a gente nem precisa ir pra Paris ou pra Noviórque pra andar na rua e fazer de conta que a gente tá sempre feliz por que a gente tá sempre rindo, até mesmo das coisas mais sérias.

E a gente toma sol, e caminha na praia, e senta e toma agua de coco.... E a gente pega um avião e vai parar em Copenhagen na terra do Conor, e a gente vai na boite, no almoço do Lars, pegamos o trem e vamos dar um pulinho lá na Suécia... E depois a gente vai pra Salvador e eu carrego a Iemanjá que ela comprou... quase do meu tamanho... e vamos na loja de artigos de candomblé e vejo a Lenora/Marida desfilar com miçangas e guias dos mais variados orixás, como se ela estivesse na Daslú, comprando as mais finas bijuterias, e claro, caimos na gargalhada por que só ela é capaz disso, pode crer.

E vamos ao cinema pra ver filme triste, alegre e nao importa: na saida a gente ri mais um pouco das nossas proprias desgraças, trombamos com vasos de plantas, com portas de vidro, nos distraimos com a nossa alegria.
Depois vamos na casa dela, pra rir mais um pouco e chorar um tantão, e tomar os melhores vinhos que descansam gloriosos naquela geladeira que ela trouxe de taxi, mais um motivo pra gente rir dessas histórias.

E depois ela vai gritar pelo meu Aerus e pela Varig, solidária como toda marida deve ser, por que ela quer gritar por mim, por que ela vai gritar por mim, como gritaria sempre por todos que ela ama. Eu sei que ela me ama por tudo isso e por mais um pouco: fico desempregado mas A VIDA continuou pra gente nao esquecer de que apesar de tudo estamos bem vivos, e depois arrumo emprego novo e Lenora/Marida feliz da vida como se dela fosse a conquista do emprego novo aos 45 anos... e ela vai na minha formatura na TAM, e toma champagne comigo confirmando aquilo que a gente sempre vai ser pro resto da vida. Não grita comigo! Eu nao to gritando! Entao me escuta pra variar... e levo e sempre levarei ela de pé quebrado pra Lisboa, carrego ela no colo até o saguão do hotel... e essas historias sao tao recentes... E choramos juntos cada vez que um dos nossos se vai. E estamos sempre juntos.
Pra sempre. Minha GC RIP.
Entendeu ?

2 comentários:

Unknown disse...

Papi, adorei a hamenagi pra Mamy!! Lenora é realmente uma pessoa maravilhosa,sou grata pela criação que ela me deu. Sei que nã opossio dizer que te ecolhi como familia, pq andava de fralda pelos apartamentos, pra mim vc sempre foi minha familia e pronto, maravilhoso assim. Mtas vezes mais do que a original.

Bjos gordos

Unknown disse...

thanks calorosos,etílicos e bem~humorados.marido, juntos 4 ever!
Rip, Rip, Urrraaaaaaaaaaaaa!!!!!